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Brazilian Financial Center, retrofit que resgata um empreendimento para uma nova geração da Avenida Paulista, recebe o Prêmio Master Imobiliário 2016 na categoria Profissional Retrofit
Com 2,8 km de extensão e infraestrutura urbana completa, a Avenida Paulista, endereço comercial privilegiado e cartão postal de São Paulo, conta com circulação de cerca de 1,5 milhão de pessoas por dia: são três estações de metrô, dezenas de linhas de ônibus e uma oferta cultural e de lazer que outros corredores empresariais não têm, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), um ícone de arquitetura, de acervo incomparável. São ainda cinemas, teatros, livrarias diferenciadas e muito mais. Mas vários de seus edifícios, erguidos na maioria entre os anos 70 e 80, estão ficando ultrapassados.
Com localização espetacular, o Brazilian Financial Center tem frente para a Avenida Paulista, com o calçadão da Alameda Rio Claro à direita, a Rua Itapeva à esquerda e a Rua São Carlos do Pinhal ao fundo. E tem quase na porta a Estação Trianon/Masp da Linha 2 – Verde do metrô. O empreendimento, cuja construção foi iniciada em meados dos anos 70 e concluída em 1982, já havia sofrido uma intervenção antes da compra, com a modernização dos elevadores, mas era o momento de investir de novo. Ele foi erguido num terreno de quarteirão inteiro na Avenida Paulista, com 8.076 m². A área construída é de 70 mil m² e a área bruta locável é de 42.612 m². O complexo conta com uma torre de escritórios classe A e um anexo com atrium de 12 metros de altura, de frente para a Paulista, que abrigava a agência do Banco Real e, depois o Banco Santander. São cinco subsolos de garagem, térreo, dois mezaninos e 18 andares. Toda a fachada, revestida de placas de granito (cada uma pesando cerca de 80 quilos), era original desde a construção e foi submetida, ao longo de mais de 30 anos, às ações da chuva, do sol, do calor, do frio, da poluição, ficando deteriorada.
O projeto de retrofit, desenvolvido pelo Perkins+Will, mesmo escritório de arquitetura que realizou o Trix Tamboré Housing, Offices & Shops, propôs remover os 10 mil m² de granito e instalar uma pele de vidro refletivo de alta performance. A pedra, dentro do preceito da sustentabilidade, será usada nos halls dos elevadores, do anexo e nas calçadas. Além do reaproveitamento do granito, boa parte dos materiais removidos, como instalações elétricas e hidráulicas mortas, está sendo reciclada, reduzindo o entulho e o impacto ambiental. A modernização dos geradores e a concentração dos equipamentos num único espaço (eles antes ficavam na área externa onde será o deck com pergolado) trouxeram melhoria no desempenho e na segurança.
Como manifestação de gentileza urbana, está previsto um deck a partir da lateral da Alameda Rio Claro, coberto por um pergolado charmoso de sustentação metálica e revestimento amadeirado e ainda bancos, criando uma agradável área de convívio. Essa passagem era ocupada por floreiras, equipamentos de ar condicionado e geradores, mas era uma área inacessível às pessoas. Os aparelhos foram realocados dentro do empreendimento e agrupados, aumentando a segurança. Na face da Rua São Carlos do Pinhal, haverá ainda uma elegante estrutura em balanço (sem apoio) no térreo, proposta com uma enorme diferença do ar pesado de hoje.
Para aumentar o vão de entrada de luz nos andares, foi preciso remover as muretas perimetrais antigas e ainda demolir as empenas cegas nos cantos do edifício. Isso trouxe um aumento de 30% de luminosidade, com redução também do consumo de energia.
Como o prédio estava totalmente ocupado durante o processo de retrofit, novas tecnologias contribuíram para incomodar o menos possível os usuários, como o uso de serra a frio diamantada, em vez de martelete, por exemplo, na demolição das muretas. Foi instalado ainda um painel acústico para reduzir o impacto sonoro. Os trabalhos também tiveram de ser executados fora dos horários de pico das empresas, em especial as financeiras.
Outro grande desafio, indispensável para que o prédio classe A se enquadrasse na categoria Triple A, foi o aumento do pé direito dos andares e do hall de entrada da torre. O original tinha 2,30 metros. Com o rebaixamento do contrapiso, sob o piso elevado, em 5 cm e a elevação do teto, com retirada de dutos, a medida atingiu 2,75 metros.
O retrofit do Brazilian Financial Center é um trabalho minucioso e meticuloso, no qual cada detalhe deve ser muito bem pensado e cuidado, mas que, ao mesmo tempo, traz um resultado fantástico, pois renova um ícone, tornando-o um precioso legado para as próximas gerações.
Criado em 1994 pela Fiabci Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e pelo Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), o Prêmio Master é considerado o Oscar do setor imobiliário no país.
Dividido entre as categorias Empreendimento e Profissional, a segunda laureia projetos em diversas áreas, como marketing, administração, meio ambiente, soluções arquitetônicas, entre outras.